23 janeiro 2012

A noção da realidade

A crise nem sempre toca a todos. Uns tem mais, outros menos. E mesmo assim os que tem mais passam a vida a reclamar disto ou daqui. O melhor exemplo e o nosso caro presidente, o sr Cavaco Silva. Passa a vida a reclamar, e mesmo assim não se apercebe que tem tudo aquilo que uma pessoa de classe media não tem, até mesmo um sem abrigo. Apesar disto tudo, não é só ele que anda com estes dissabores, diria amargos. Quem está habituado a ter tudo e mais alguma coisa, começa a sentir os efeitos colaterais das suas despesas luxuosas e extravagantes a descerem a piquei. Passando de bom a menos bom. Lido muito com este tipo de pessoas,e mesmo assim tento dissuadir, chamando-lhes a realidade, o que no fim, torna frustrante para mim. Não sou de uma família rica, lutamos para ter pelo menos o que comer e para os nossos gastos. Desde pequena foi ensinada a dar o valor ao dinheiro. Quando terminei o 12º ano, preferi procurar emprego, e talvez, quando pudesse e ter o que queria para entrar numa faculdade, seguir esse caminho. Mas até agora não esta nos meus planos. Como estava a dizer, quando terminei o meu 12ºano, tive 5meses sem trabalho, procurei e nada. Até que consegui o meu primeiro emprego. Correu tudo bem, gostei da experiência. Aprendi novas coisas, conhecia algumas pessoas e entrei noutra realidade. Quando chegava ao final do mês tinha que dar um tanto a minha mãe, e o resto era meu por direito, como é óbvio. Tinha os meus gastos, e foi aproveitando o que a vida tinha para me oferecer.
Aos poucos foi alargando os meus horizontes, conheci pessoas de classe alta em que tinham tudo dos pais. Trabalhavam era claro, mas o que ganhavam não davam um cêntimo aos pais, porque esses pais não queriam. Uns ainda recebiam a tal dita mesada. Todos os meses os papás lá iam as suas contas depositar na conta do seu(sua) filho(a) o dito cujo. No total, com o trabalho mais a mesada, totalizava-se uma porção exorbitante e exagerada em que uma pessoa, mimada para sim dizer, não saberia geri aquilo. Contudo, temos aquelas pessoas que tem a noção do dinheiro e que aproveitam os bocados que tem para juntar e tentar ter um futuro melhor.
Ao fim de contas, nem todos sabem a dura realidade do que é suar para ter um cêntimo nas  suas contas ou um pedaço de pão na mesa. 
Vou  continuar a estar com essas pessoas, porque essas pessoas são o meu grupo, não critico nem julgo, só faço-os abrir os olhos e perceberem que a vida não é para todos e que todos lutam para ter o que precisam.

[p.s: provavelmente, quem esteve a ler isto vai julgar-me e atirar-me a primeira pedra, e dizer que não estou totalmente correcta. Eu sei disso, mas cada um tem a sua maneira de pensar e agir, e eu vou aprendendo com vocês, e foi por isso que criei este canto. Aceito todo tipo de comentários, menos os insultuosos. Temos que ser verdadeiros mas não é preciso ser mal-educado]

[p.s.2: desculpem se dei alguma calinada no português e pelo texto ser longo, sei perfeitamente que não estão á espera de algo meu assim tão extenso. Mas pronto, temos dias assim.]

[p.s.3: Agora vou ali tratar da minha vida, porque não há ninguém que faça isso por mim.]

6 comentários:

  1. Uhm...Como hei-de dizer...eu não me ofendi com este texto...não...porque sei que sempre dei e dou valor ao que os meus pais sempre me deram...este texto (desabafo) muito pelo contrário, tocou-me...E tocou-me na medida em que realmente ainda há gente que luta por uma vida melhor...e não é só falar... Hoje em dia o que vejo -> gente a preguiçar em casa, gente a viver somente do subsidio de desemprego (enquanto durar) -> gente que não se dedica o mínimo que seja para ter algo bom na vida -> essa gente infelizmente é a nossa geração...
    Tenho medo do futuro da nossa geração... de ninguém querer saber de ninguém. Eu nunca trabalhei a sério durante meses a fio, aliás nem sei o que isso é...desde que nasci a única coisa que ainda sei fazer (E às vezes mal) é estudar... no entanto sempre tive o apoio psicológico e financeiro dos meus pais. Confesso que sou muito forreta no que toca a dinheiro, mas talvez isso seja uma boa coisa, talvez seja uma maneira de preservar e dar valor às migalhas de dinheiro que ainda vou tendo no porta-moedas.
    Custa-me imenso gastar dinheiro, e é nessa medida em que eu vejo o que custa aos meus pais gastar dinheiro...eles não gastam só neles...não...eles gastam (a dobrar) nas suas filhas gémeas...quem sabe se calhar nem se quer gastam para eles...E isso dói....dói-me bastante... e como tal tento sempre dar o meu melhor em tudo! Para nunca ser uma decepção para eles. E no entanto vejo colegas meus que não fazem nada pela vida e no entanto, têm uma carta de mão beijada, um carro de mão beijada, estudam numa faculdade privada...é merecedor? Não creio...eu merecia muito mais infelizmente não o tenho, mas fico imensamente feliz por saber que ao menos tenho o amor dos meus pais sempre comigo.

    Enfim...acho que também divaguei para aqui um bocadinho...A questão é que apesar das dificuldades, sempre dei e sempre darei valor ao que os meus pais me deram, mas confesso que sou uma menina mimada sem dúvida. Muito mimada mas nem sempre tenho tudo de mão beijada. Nem quero! Se o quero...luto para o ter!
    Gostei :)

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  2. *Lili*: Como gostei do que escreveste....realmente temos poucas pessoas que pensam assim de igual forma como tu... gosto de pessoas que pensam assim como tu descreveste assim. Notasse que és simples e "agarrada" como eu. Custa-me muito dar e perceber o que eu dei foi para mau uso.
    Não recebo nada de mão beijada, dou sempre algo em troca. Apesar de tudo sinto-me mal, usufruir algo, que essa pessoa custou a ter, e então ai volto e contribuo com algo merecedor.
    Muito obrigada pela tua sinceridade, és uma menina fantástica...ehehe
    beijinhos**

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  3. Pois, também conheço pessoas assim, que acabam por contar com o ovo no cuzinho da galinha.
    Eu sempre tive tudo aquilo que pedia. Como sempre disse, nasci num berço de ouro. Mas agora trabalho e tenho as minhas coisas, ninguém me dá dinheiro para nada. E as coisas sabem-me bem melhor!

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  4. Palavra Já Perdida: Mais uma resposta sensata...sabe sempre muito melhor quando somos nós a comprar as nossas coisas.
    beijinhos:)

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  5. Há pessoas que não têm mesmo noção. Precisam de bater com a cabeça para aprenderem.

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  6. Há que dar valor ao que temos, porque um dia poderemos não ter. Há por aí muita gente que não dá valor ao que tem, e sinceramente isso irrita-me. Tenho colegas meus que vivem bem e que os pais têm dinheiro, e ainda bem para eles, mas essas pessoas não têm que lutar muito para ter alguma coisa...têm logo nas mãos :/ enfim, é vida. beijnhos e gostei muito do teu texto:)

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